Exames
Como boa hipocondríaca que sou, todo ano visito os 537 médicos de especialidades diferentes que acho necessário. E é nessa época que começa a maratona de exames. Sim, porque cada médico pede um zilhão de exames. E ai dele se não pedir. Vou ficar achando que ele não é bom. Eu disse que sou hipocondríaca. Enfim, um dos exames que tenho que fazer nessa época é a tal da ressonância. Só de me imaginar dentro daquele tubo barulhento e apertado, já fico tensa. Mas lá fui eu.
Só um pequeno parênteses antes de continuar: sempre achei que esses laboratórios deveriam ser bem adaptados e não somente acessíveis. Neura minha de achar que a área médica deveria se sensibilizar um pouco mais com acessibilidade. Mas acaba que a maioria não tem banheiros adaptados, o que faz dos exames como os de rim e bexiga (ultrasonografia) um pesadelo.
Mas voltando, chegando ao laboratório, depois de preencher um questionário com 360 perguntas, veio um carinha e colocou SEIS copos de água na minha frente e disse que eu deveria beber um a cada 10min. Como diriam os paulistas: “Meu!!! Tem noção de que a minha bexiga tem vontade própria??”. Reclamei um pouquinho, mas ele disse que era o contraste e, portanto, necessário para o exame. Parei de resmungar e comecei a beber e rezar pra que minha bexiga não explodisse no meio do exame. Depois de 1 hora e da bexiga cheia, veio o carinha de novo me levar pra sala do exame. Ele parou na porta e disse: “A senhora poderia dar uns passinhos até o aparelho?”. Silêncio. Eu devo ter feito uma cara de c… tão grande, que ele complementou: “É porque não pode ter nenhum tipo de metal na sala”. Claro que milhões de respostas me passaram pela cabeça, tipo: “Quer que eu vá pulando, quicando ou rastejando feito um réptil?”. Mas como sempre, respiro fundo, e respondo bonitinho: “Não posso. Eu não ando. Tá escrito lá no questionário que você me deu”. O cara fez meio que uma careta e disse que ia chamar um “colega” pra ajudar. Enquanto isso, bexiga enchendo e paciência também. Volta o carinha com o “colega” e me carregam até o tal do aparelho. Entro eu lá no tubinho, com a bexiga bombando e ainda tendo que aturar aquele : Tum-tum-tuuuuuum-tum-tum do aparelho da ressonância. Depois do que pareceu hooooras (devem ter sido uns 45min) vem os caras me resgatar e colocar na cadeira. Já não agüentava mais de dor. Minhas bochechas já estavam vermelhas. Perguntei:
– Moços, pelamordedeus, me digam onde tem um banheiro que eu possa usar. Vocês estão prestes a presenciar a explosão de uma bexiga cheia de xixi atômico, por causa do contraste. Por favor!
Um deles me levou até uma porta e disse que ali deveria dar pra eu entrar. A porta era um pouquinho apertada, mas deu pra passar com a cadeira e o banheiro tinha espaço suficiente pra ela. Espremidinho, mas dava. Depois de fazer o xixi mais longo da minha história de cadeirante, respirei aliviada e feliz. Na saída agradeci ao moço e fiquei contente de só ter que fazer esse exame uma vez por ano. Mas volto a perguntar: Custa tanto assim ter um banheirinho adaptado?
Cris – ADOROOOOOO ler suas histórias, como sempre ri novamente.
Bjs
Que bom Luiza! Bjs, Cris.
Estou chorando de rir aqui!!
Só rindo mesmo, rsrsrsrs. Bjs, Cris.
Cris, cuidado na sua viagem, capaz de vc não passar pelo contador Geiger do aeroporto… ahahahaha.
Rrsrsrsrsrs, foi tudo tranquilo, não me seguraram não, rs. Bjs, Cris.
MUITO BOA A MANEIRA DE EXPRESAR A REALIDADE DE TODOS LOS DIAS.
MONTEVIDÉU NAO E MUITO DIFERENTE A ISSA REALIDADE.
A GENTE PENSA QUE FAZER ACCESIBILIDADE E UM LUXO MUITO CARO.
QUE COISA FOI O QUE LEVA A PENSAR ISSO?
SALUDOS
N.
É verdade, acessibilidade é um direito, não devíamos ter tantas dificuldades no dia a dia. Bjs, Cris.
Boa Tarde.
Conheci o blog de voceis faz uns 15 dias, mas fiquei encantada, pois por não ter deficiência não tinha noção de como era a vida. Porem com tudo isso aprendi a respeitar e admirar mais as pessoas que possa a ter qualquer tipo de deficiência.
Fiquei encantada pelo blog. Li todos os textos em um unico dia só.
Parabens para todos voceis……
Oi Claudia, que bom que gostou do Blog!!! É muito bom saber que também temos leitores sem deficiência. Obrigada! Bjs, Cris.